Epidemiologia de Ehrlichia canis: aspectos hematológicos, bioquímicos, fatores associados e moleculares em cães hígidos no município de Porto Seguro, Bahia, Brasil
-
Published:2024-05-13
Issue:3
Volume:45
Page:659-676
-
ISSN:1679-0359
-
Container-title:Semina: Ciências Agrárias
-
language:
-
Short-container-title:Sem. Ci. Agr.
Author:
Carvalho Jamille Pinto dos SantosORCID, Calazans Ana Paula FernandesORCID, Oliveira Gabriela Mota Sena deORCID, Alves Lilia Fernandes, Santos Larissa da Mata, Silva Fernando BelliceORCID, Munhoz Alexandre DiasORCID
Abstract
Este estudo observacional transversal teve como objetivo investigar a frequência, fatores associados e avaliar as alterações hematológicas e bioquímicas da infecção por E. canis em 396 cães saudáveis e domiciliados do município de Porto Seguro, Bahia. Além da coleta de amostras de sangue, foram obtidas informações adicionais sobre características intrínsecas e extrínsecas dos cães por meio de entrevistas semiestruturadas com seus tutores, a fim de identificar os fatores associados à infecção. Foi realizada a extração de DNA das amostras de sangue e pesquisa de E. canis pela técnica de nested PCR. A frequência de E. canis encontrada foi de 30,8% (122/396). Observou-se que a trombocitopenia (p<0,05) foi a alteração hematológica mais evidente entre os cães infectados por E. canis. Verificou-se que cães positivos possuem maior probabilidade de terem trombocitopenia, leucopenia e anemia em comparação aos animais negativos (p<0,05). Por meio do modelo de regressão logística, identificou-se que a presença de carrapatos (odds ratio [OR] = 1,66; intervalo de confiança [IC]: 1,05 - 2,63; valor p = 0,03) e residir na zona urbana (OR = 1,90; IC: 1,19 - 3,04; valor p = 0,007) foram fatores de risco para a infecção, enquanto morar próximo a áreas desmatadas (OR = 0,56; IC: 0,31 - 0,99; valor p = 0,05) e ter hábito domiciliar (OR = 0,51; IC: 0,31 - 0,85; valor p = 0,01) foram identificados como fatores de proteção. A elevada frequência de E. canis, combinada com a trombocitopenia e fatores associados que sinalizam para adoção de medidas de controle de carrapatos e diagnóstico da infecção, contribuem para uma melhor compreensão da epidemiologia local da infecção.
Publisher
Universidade Estadual de Londrina
Reference64 articles.
1. Aroch, I., Baneth, G., Salant, H., Nachum-Biala, Y., Berkowitz, A., Shamir, M., & Chai, O. (2018). Neospora caninum and Ehrlichia canis co-infection in a dog with meningoencephalitis. Veterinary Clinical Pathology, 47(2), 289-293. doi: 10.1111/vcp.12582 2. Avizeh, R., Mosallanejad, B., Razi Jalali, M. H., & Alborzi, A. R. (2010). Seroprevalence of Ehrlichia canis in dogs referred to Veterinary Hospital of Shahid Chamran University of Ahvaz, Iran. Archives of Razi Institute, 65(1), 21-26. doi: 10.22092/ari.2010.103847 3. Birkenheuer, A. J., Levy, M. G., & Breitschwerdt, E. B. (2003). Development and evaluation of a seminested PCR for detection and differentiation of Babesia gibsoni (Asian genotype) and B. canis DNA in canine blood samples. Journal of Clinical Microbiology, 41(9), 4172-4177. doi: 10.1128/JCM.41.9.4172-4177.2003 4. Borin, S., Crivelenti, L. Z., & Ferreira, F. A. (2009). Aspectos epidemiológicos, clínicos e hematológicos de 251 cães portadores de mórula de Ehrlichia spp. naturalmente infectados. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, 61(3), 566-571. doi: 10.1590/S0102-09352009000300007 5. Bouza-Mora, L., Dolz, G., Solórzano-Morales, A., Romero-Zuñiga, J. J., Salazar-Sánchez, L., Labruna, M. B., & Aguiar, D. M. (2017). Novel genotype of Ehrlichia canis detected in samples of human blood bank donors in Costa Rica. Ticks and Tick-Borne Diseases, 8(1), 36-40. doi: 10.1016/j.ttbdis.2016.09.012
|
|