Affiliation:
1. Universidade do Estado de Minas Gerais, Brasil
2. Universidade Federal do Pará, Brasil
Abstract
Resumo Os índios, em especial aqueles provindos do que então era entendido como “mestiçagem” ou “miscigenação” com brancos e negros, tornaram-se um fator-chave no plano teórico do médico e antropólogo Raimundo Nina Rodrigues. Habitualmente, sua herança intelectual é vinculada à população “áfrico-bahiana”, posto seus estudos detalhados sobre etnologia urbana. Este artigo busca explorar, dentre suas propostas, o papel do “brasílio-guarany” e seu fator nocivo para o desenvolvimento do país, na ótica cientificista. Nina Rodrigues abriu diálogo com dois autores de destaque no século XIX sobre os ameríndios do Norte do país (em especial Pará e Amazonas), José Veríssimo e Couto de Magalhães. Sustentamos que o resultado deste confronto de ideias é um exemplo contundente de como o médico maranhense realizou certo deslocamento de sua posição em face do racismo científico, do qual ele se afasta (mas não abandona), incorporando elementos do evolucionismo-social e criando uma leitura única das relações sociais e biológicas entre as chamadas três raças formadoras da nação.
Reference86 articles.
1. O apetite da antropologia. O sabor antropofágico do saber antropológico: alteridade e identidade no caso Tupinambá;Agnolin Adone,1998
2. Antropofagia ritual e identidade cultural entre os Tupinambá";Agnolin Adone;Revista de Antropologia,2002
3. Las ciencias y las razas en Brasil hacia 1900";Arteaga Juan Manuel Sánchez;Asclepio. Revista de Historia de la Medicina y de la Ciencia,2009
4. Revista Brasileira, dirigida por José Veríssimo - motor de uma geração";Bertol Rachel;Revista Brasileira de Ciências Sociais,2020
5. José Veríssimo: pensamento social e etnografia da Amazônia (1877/1915)";Bezerra Neto José Maia;DADOS,1999