Abstract
Este artigo explora os fatores e tendências que possibilitaram o surgimento e a aceitação do pensamento feminista em um contexto de crise e desconfiança em relação às narrativas tradicionais da Era Moderna. Analisando o questionamento feminista à modernidade, o texto discute a interseção entre o feminismo e as ideias pós-modernas, que promovem a desconstrução dos sujeitos históricos e incentivam a análise de grupos marginalizados. O estudo também investiga o propósito e as estratégias do movimento feminista no Brasil durante as décadas de 70 e 80, destacando como as feministas trouxeram questões tradicionalmente privadas, como sexualidade e direitos sobre o corpo, para o debate público. Através da "politização do cotidiano", movimentos feministas e de outras minorias tornaram-se interlocutores junto ao Estado, promovendo mudanças políticas e culturais significativas. Ao comparar as ideias feministas com as perspectivas pós-estruturalistas, o artigo também examina a contribuição das feministas para a desconstrução das noções universais de sujeito, destacando a luta pela representação específica de grupos historicamente excluídos. Por fim, o texto reflete sobre o impasse contemporâneo enfrentado pelo feminismo, fundamentado nas teorias de Nancy Fraser, e analisa como conceitos como igualdade, diferença, pluralidade e diversidade moldaram o movimento feminista brasileiro, ampliando seu escopo e abordando múltiplas formas de desigualdade.
Publisher
South Florida Publishing LLC
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